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O que é terrorismo

poético?

O conceito de terrorismo poético foi introduzido pelo filósofo anarquista Hakim Bey, em meados de 1985, com a publicação de seu livro CAOS: Terrorismo Poético e Outro Crimes Exemplares. Com uma escrita provocadora e de uma narrativa poética ampla, Bey não traz um manual como proposta, mas uma movimentação discursiva que depende daquele que lê e de seus contextos sócio-políticos para produzir seu próprio terrorismo. A prática de terrorismo poético que desenvolvemos foi sistematizada pelo artivista Murilo Gaulês, que desde a fundação do grupo movimenta esse conceito na busca por novas respostas aos desmandos do CIStema patriarcal e capitalista em que estamos inseridos. 

Para a CiA dXs TeRrOrIsTaS, o terrorismo é, antes de mais nada, um colapso para as linguagens e modos de ação como os conhecemos. 

Entendemos que as linguagens artísticas (teatro, dança, música, cinema, pintura, fotografia, etc.) e as não artísticas (educação, política, antropologia, sociologia, matemática, física, etc.) são frutos de uma organização narrativa colonial e eurocentrada que nos condiciona a pensar e agir a partir de uma racionalidade do norte, que despreza os fenômenos e a espiritualidade. 

Isso não significa que somos um bando de atordoados terra-planistas que acreditam que a ciência é um modo de dominação da maçonaria esquerdista (entendam o sarcasmo, faz parte da nossa linguagem).

Achamos legítimas e potentes muitas das tecnologias que foram produzidas ao longo da história global, mas também acreditamos que o ato de duvidar de algumas certezas nos possibilita criar alternativas ainda não tentadas para lidar com a perversa Hidra Capitalista. 

Dessa forma, o terrorismo poético consiste em um atentado primeiro as formas, no modo como estão estabelecidas.

Em segundo lugar, a aplicação de terrorismo também carrega em seu cerne um  cunho político.

Veja bem. O Estado nomeia tudo aquilo que vai contra sua mão violenta e opressora de terrorismo (afinal é assim que são chamados os professores, caminhoneiros, membros de torcidas organizadas, pessoas sem teto... que se organizam em manifestações legítimas para questionar o poder do Mau Governo). Se é assim, então nos autoproclamamos terroristas, e negamos as relações com essa lógica da violência que privilegia poucos e minoriza muitos.

Ser terrorista é isso.

É dizer não para garantir a coletividade.

É olhar de forma dura e séria para aquilo que nos mata, sem que isso nos impeça de pulsar vida.

É caminhas perguntando.

É poesia com feijão...

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