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A CiA dXs TeRrOrIsTaS

Formada originalmente para ser um território de artivismo, a CiA dXs TeRrOrIsTaS foi fundada pelo encontro de um grupo de pessoas LGBT+ inconformadas com o CIStema heteronormativo e relacionadas com o fazer em arte. Nosso trabalho consiste em produzir estéticas de manifestação para luta por direitos, contribuindo na luta de pessoas LGBT+ e outras maiorias minorizadas (afinal a nossa luta não caminha só), com a produção de recursos de expressão para a luta política. A organização atua na região norte da cidade de São Paulo, território mais conservador do município e com o maior número de equipamentos militares por metro quadrado, por entender a necessidade de uma resistência que ocupe e TRANSforme os territórios, possibilitando a convivência de diversidades de forma igual e justa. Nossas primeiras manifestações originaram-se em 2016, a partir do projeto Ditadura Gay, que chamou a atenção de outras organizações e coletivos ativistas, com os quais iniciamos a consolidação de uma rede de apoio. Desde 2018, nosso trabalho tem se debruçado com mais foco na atuação com pessoas trans /travestis e LGBT+s em situação de rua e/ou sobreviventes do sistema prisional. Iniciamos nossas atividades com essa população fortalecendo o coletivo Valérias, no Albergue Zaki Narchi (Carandiru - São Paulo), com atividades de formação com foco simultâneo em geração de renda e produção de discurso insurgente rebelde (expressão inspirada nas ações do movimento zapatista, no México, com o qual temos relação próxima e com quem integramos rede). Em 2019, realizamos um recorte de nosso projeto, voltado para a população LBT que contou com a participação e formação da anarcoativista Maria Galindo, fundadora do Coletivo Mujeres Creando na Bolívia, cujo encontro contribuiu para uma reformulação complexa e profunda de nossos modos de trabalho.

Em 2020, conhecemos o trabalho do pesquisador em direito Victor Siqueira Serra, intitulado "Pessoa Afeita ao Crime - criminalização de travestis e o discurso do TJ-SP", contemplado com o prêmio de melhor monografia do IBCCRIM em 2019. Em seus escritos, Serra ajuda a sistematizar uma série de demandas que já atravessavam nosso cotidiano, só que dessa vez sob o olhar de quem está investigando as instituições e as máquinas que operam as coreografias de necropoder do Estado, o que nos levou a convidá-lo para integrar nossas ações como parceiro recorrente.

Atualmente a CiA dXs TeRrOrIsTaS desenvolve o projeto "TRANSgressoras ou Como recuperar o Fôlego Gritando". Neste trabalho, integramos 30 mulheres trans e travestis egressas do sistema prisional para participar de formações técnicas e profissionais em fotografia, maquiagem, editoração, edição de som e áudio, comunicação escrita, interpretação, performance e teatro do oprimido, a fim de ofertar-lhes repertórios éticos e estéticos para a formulação de materialidades artísticas que denunciem os abusos que o sistema prisional e as coreopolícias urbanas geram sobre corpas trans, ao mesmo tempo que as capacita para gerar renda e disputar o mercado de trabalho.

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